Na sexta-feira, as ações da JC Penney caíram 14%, com um volume negociado quatro vezes acima do normal.

Enquanto o mercado esperava uma queda nas vendas de 0,7% (no conceito ‘mesmas lojas’), a JCP viu suas vendas contrair 3,5%.
 
A ação já caíra 7,4% na véspera, e agora negocia no valor mais baixo desde que a empresa estreou na Bolsa de Nova York em 1972.
 
Outra loja de departamentos, a Nordstrom, mergulhou 10,8% depois de cair outros 7,6% na véspera. 
 
A Nordstrom entregou um lucro maior do que o esperado, mas suas vendas nas lojas abertas há mais de um ano caíram 0,8% — oito vezes mais do que o 0,1% que o mercado esperava.
 
O vermelho tomou conta de todas as ações do setor:  Sears, Dillard’s, Kohl’s, Target — you name it — e a Macy’s, em queda de 3%, teve seu pior fechamento desde outubro de 2010.  

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Conta boba: depois da carnificina, só a Lojas Renner vale hoje 3 vezes mais do que a JC Penney e a Sears juntas.

Expandindo a comparação: em valor de mercado, hoje, JC Penney + Macy’s + Sears = Renner + Riachuelo + Hering.

Detalhe: as três americanas faturam juntas US$ 59 bilhões/ano, cerca de 13 vezes mais do que as três brasileiras juntas (US$4,5 bilhões).

Grosso modo, das três americanas, a Sears perde dinheiro pelo ralo, a JC Penney empata, e a única que dá dinheiro é a Macy’s.

As três sofrem com o processo de destruição criativa descrito por Schumpeter, representado, neste caso, pelo cerco do varejo online (Amazon) e pelas redes de ‘fast fashion’ como Zara, Uniqlo e Forever 21.

Diz um gestor:  “No Brasil, nem o varejo online (vide a B2W e a própria Amazon) nem o ‘fast fashion’ conseguem ser hegemônicos — graças a nossa logística deficiente e nosso sistema tributário enlouquecedor — o que faz com que as lojas de departamento brasileiras ainda naveguem sozinhas.”