Donald Trump nomeou Gary Cohn, o No. 2 na Goldman Sachs, como diretor do National Economic Council, escolhendo finalmente uma biografia de peso para a área econômica de sua futura Casa Branca e reforçando o apelido da Goldman como ‘Government Sachs’.

O ‘normal’ seria que Cohn — que com 26 anos de Goldman era o sucessor lógico de Lloyd Blankfein — tivesse sido escolhido para o Tesouro, mas ninguém mais espera que Trump faça coisas normais e o Tesouro, como se sabe, ficou com outro egresso da Goldman, Steven Mnuchin, muito menos conhecido e dono de um currículo muito menos impressionante.

Cohn é um profundo conhecedor do Brasil e tem ótimas relações com o BTG Pactual.  Esteve no Brasil várias vezes e se hospedava no Hotel Emiliano enqyuanto negociava a compra do antigo Banco Pactual, que nunca se concretizou.

Segundo a colunista Sonia Racy, no ano passado Cohn ligou o BTG para manifestar sua solidariedade a André Esteves, ao saber de sua prisão. Segundo Racy, Cohn e Esteves se tornaram amigos quando negociaram a fusão.

Além de Esteves, Cohn conhece bem Roberto Setúbal, do Itaú Unibanco, e Flávio Rocha, da Riachuelo, além de outros empresários.

Trump disse que Cohn “vai ajudar a desenhar políticas econômicas que vão aumentar a renda dos nossos trabalhadores, parar o êxodo de empregos para outros países e criar muitas novas oportunidades para os americanos que estão passando dificuldade.”

O National Economic Council não deve ser confundido com o Council of Economic Advisors.  O Council of Economic Advisors (CEA) foi criado em 1946. É uma pequena equipe de especialistas que aconselha o presidente sobre política econômica, uma espécie de mini-think tank da Casa Branca. Já o National Economic Council (NEC) foi criado por uma ordem executiva de Bill Clinton em 1993. O NEC reúne chefes de agências e de departamentos para coordenar políticas — assim como o National Security Council. Em seu primeiro mandato, Barack Obama nomeou Larry Summers para o NEC e Christina Romer para o CEA.

Eleitor do Partido Democrata, Cohn entrou na Goldman em 1990 e se tornou sócio quatro anos depois. Estava no cargo de COO desde 2006.

Cohn tem cerca de 882 mil ações da Goldman avaliadas em cerca de US$ 210 milhões. Ele terá que vender as ações mas poderá postergar o pagamento do imposto sobre ganho de capital.
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