A Laureate conseguiu emplacar seu IPO na Nasdaq, mas quase levou bomba. Com a corda no pescoço por conta de uma dívida bilionária, a dona da Anhembi Morumbi e da FMU — e que tem o Brasil como um de seus principais mercados — teve que dar um desconto considerável aos investidores. E, ainda assim, as ações derretem na estreia.

Os papéis saíram a US$ 14 cada, muito abaixo da faixa indicativa, que ia de US$ 17 a US$ 20 — isso mesmo após o fundo KKR, que já é acionista da empresa, dizer que compraria US$ 50 milhões.

O desconto não parece ter sido suficiente. As ações caem 8% no seu primeiro pregão, para menos de US$ 13.

Ao todo, a operação avaliou a Laureate em cerca de US$ 2,3 bilhões — a título de comparação, a Kroton vale, ao câmbio de hoje, US$ 6,6 bilhões, e a Estácio, US$ 1,5 bilhão.

A oferta levantou US$ 490 milhões. Os recursos serão usados integralmente para reduzir a dívida, que estava em US$ 4,2 bilhões no fim do terceiro trimestre, contra apenas US$ 481,5 milhões em caixa.

Como já mostramos aqui, com um endividamento insustentável a Laureate parece estar topando (quase) qualquer negócio para fazer dinheiro.

No Brasil, um de seus principais mercados, as incertezas em relação ao Fies também estão pesando sobre as ações do setor.

Mais de 90% dos 1 milhão dos estudantes da Laureate estão fora dos Estados Unidos, e o Brasil concentra o maior número de matrículas: cerca de 260 mil, espalhados em 13 instituições.

Bradesco BBI e BTG Pactual trabalharam na oferta.