Todo mundo concorda que a corrupção passou dos limites e, finalmente, tem gente graúda indo pra cadeia por assaltar os cofres públicos.

Mas nem somando a gula pantagruélica de um Sérgio Cabral, um Eduardo Cunha e demais hóspedes do Hotel Moro em Curitiba daria pra se chegar no nível do que se viu ontem em Salvador.

Segundo a Tribuna da Bahia, pai e filho entraram numa agência do Banco do Brasil na Pituba, em Salvador, e pediram para abrir uma conta.

O objetivo, segundo relataram tranquilamente ao gerente: “receber um depósito de R$ 28,8 BILHÕES referentes a títulos do Tesouro Nacional que tinham em mãos.” Em tese, o Banco Central seria o pagador.

Um banqueiro disse ao Brazil Journal que esse tipo de golpe acontece todo dia, mas calma lá. Crédito onde ele é devido:  Nunca-antes-na-história-deste-País alguém teve a pachorra de tentar um golpe desta envergadura. Chega a ser ridículo antes mesmo de ser insano.

O gerente “desconfiou da quantia a ser recebida” (really?) “e da autenticidade dos documentos apresentados,” e em alguns minutos a dupla foi presa pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado.  Segundo o relato, os dois estavam acompanhados “por empresários paulistas e baianos,” ainda que não esteja claro o papel destes.

Talvez esse episódio caricato seja, no fundo, uma fábula brasileira: o Tesouro continua sendo a teta automática para os oportunistas — grandes e pequenos — e o assalto continua a acontecer à luz do dia.